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Seriedade das reações de imunogenicidade aos medicamentos biológicos
A imunogenicidade encontrada em medicamentos biológicos pode ser bem mais grave do que uma reação de hipersensibilidade relacionada a drogas de origem não biológica. Por exemplo, uma reação de caráter alérgico às sulfas ou à dipirona pode matar mas os efeitos adversos devidos à imunogenicidade em biológicos podem ter consequências cônicas gravíssimas, além do risco de morte.
Tome-se o exemplo da eritropoietina. Nas nefropatias crônicas, a deterioração renal se acompanha da redução na produção de eritropoietina e consequente anemia. Os recursos eram paliativos até o aparecimento da eritropoietina recombinante.

Mas a elaboração graças à via recombinante exige uma constância tanto nos componentes básicos para a multiplicação dos microrganismos como dos processos envolvidos na produção. Pequenas mudanças podem gerar diferenças significativas da proteína obtida. Conforme as características destas diferenças, elas podem desencadear a formação de anticorpos que vão decompor não só a eritropoietina introduzida como também aquela endógena. No caso da eritropoietina, há estudos demonstrando que alguns pacientes tiveram a geração de anticorpos neutralizantes que destruíram toda a eritropoietina presente e daí a séria anemia aplástica (“pure red-cell aplasia”) dependente de transfusões para a sobrevivência.
As reações acima descritas demonstraram as dificuldades para manutenção de todas as características do produto na sequência lote-a-lote, tarefas que se ampliam e complicam quando são usados medicamentos biossimilares.
Refer: Casadevall N et al. Pure Red-Cell Aplasia and Antierythropoietin Antibodies in Patients Treated with Recombinant Erythropoietin. N Engl J Med 2002; 346:469-475 Disponível em http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa011931